Quem me navega é o mar
detalhes
Esta pintura é um detalhe do sonho da minha filha Surya Moura e o título também faz parte da letra de uma música que ela criou para uma música do Pedro França Oliveira
O sonho da Surya:
'Eu estava na casa dos meus avós e vi um livro enorme em cima da mesinha da sala. Cheguei perto, abri e ele me levou, ou levou minha consciência, para dentro dele.
Junto com outras pessoas, eu voava sobre o planeta dentro de um barco que tinha a forma de um cisne. No momento em que entrei no livro, o barco estava sobrevoando as Américas e o mundo estava esfarelando atrás de nós, mas o sonho não me causou nenhuma sensação desconfortável de fim de mundo. A sensação era de um processo natural.
Eu tinha consciência de que estávamos indo para algum lugar novo ou para uma outra era.
O barco foi passando sobre o planeta e vimos a Europa. Havia um barco enorme, com aspecto de uma caravela. Muitas pessoas estavam dentro e muitas, ainda do lado de fora, formavam uma fila conturbada, querendo entrar. Não era por falta de espaço. Olhando com atenção, percebemos pessoas na entrada da embarcação, cobrando indulgências.
Minha consciência estava imersa na do livro e dessa forma eu entendia o que estava acontecendo, como espectadora. O entendimento era de que aquelas pessoas eram "religiosos", "cristãos" materialistas, que ganham dinheiro explorando a fé dos outros.
Eles diziam que só se salvariam aqueles que pagassem pela entrada no navio. Em meio à destruição, o barco tentou alçar vôo às pressas mas não conseguiu, afundando em meio ao pó da Terra que se desfazia.
O barco de cisne seguiu voando e vi o norte da África abaixo de nós. Outra grande embarcação se preparava para partir. Era um barco comprido, como a barca de Rá, o Deus Sol egípcio. As pessoas estavam todas dentro, mas também estavam aflitos, pois o barco não conseguia voar. A sensação que tive no momento foi a de que eles não eram capazes de voar porque estavam estavam atados a algo relativo ao passado e não conseguiam acompanhar o novo, no caminho da evolução. Antes que pudessem voar, o barco também afundou em meio às areias do deserto, que agora caíam da Terra para o nada.
O cisne seguiu seu caminho e sobrevoou a Ásia. Passamos por cima da Índia, onde outro barco lotado de pessoas tentava se salvar. Era um navio cheio de imagens de divindades. Algumas pessoas que estavam no barco de cisne, pensaram que o barco indiano iria se salvar, provavelmente pela fé e pela simplicidade. No entanto, o ritualismo e outros motivos que eu não conhecia, fizeram com que ele se afundasse nos destroços, após se elevarem apenas um pouco do chão, não sendo capaz de voar mais alto.
Assim, o planeta se desfez e a humanidade foi junto, restando apenas os passageiros do barco que tinha a forma de cisne, que voou para além da Terra.
O livro fechou e eu acordei.
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