Como os reis tiveram o orbe no alto do cetro,
nós, crianças, tivemos o globo terrestre em nossa breve mão.
Eram azuis, os mares; coloridos, os continentes;
tantas linhas de alto a baixo, de Leste Oeste
... que podíamos localizar a nossa vaga pessoa
naquela vastidão.
Mas os reis pretenderam estar em todos os pontos
ao mesmo tempo.
E foram atravessados pelas batalhas, e agora
só nos jazigos seus nomes se encontrarão.
As crianças, porém, não queriam estar em parte alguma:
pulavam meridianos e paralelos com muita leveza.
Continuaram não estando em parte alguma.
Mas com alegria maior que da realeza:
a da libertação.
Cecília Meireles (do livro O Estudante Empírico)
nós, crianças, tivemos o globo terrestre em nossa breve mão.
Eram azuis, os mares; coloridos, os continentes;
tantas linhas de alto a baixo, de Leste Oeste
... que podíamos localizar a nossa vaga pessoa
naquela vastidão.
Mas os reis pretenderam estar em todos os pontos
ao mesmo tempo.
E foram atravessados pelas batalhas, e agora
só nos jazigos seus nomes se encontrarão.
As crianças, porém, não queriam estar em parte alguma:
pulavam meridianos e paralelos com muita leveza.
Continuaram não estando em parte alguma.
Mas com alegria maior que da realeza:
a da libertação.
Cecília Meireles (do livro O Estudante Empírico)
Parabéns Gisele, por tão belos trabalhos...delicados, femininos, encantadores.
ResponderExcluirMuito obrigada pela linda mensagem! Desculpe os muitos anos de atraso. Durante muito tempo ninguém comentava no blog e eu deixei de olhar. Grande abraço, que nunca é tarde!
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