O trabalho da artista Gisele Moura traduz o que o poeta Manoel de Barros definiu como “infância da Língua”. Pode-se compreender esta “infância” como a extrema liberdade de ver o mundo e recriá-lo. Sua liberdade compositiva e plástica expressa as coisas inominadas, propiciando uma leitura aberta.
Flores que nos desassociam da palavra e do sentido flor.
Espaço que se isenta de seu léxico.
Cores que se transfiguram em tempo e memória.
Imagens livres de gramáticas. Basta abrir a forma e se inserir dentro dela.
A liberdade é o cerne de seu trabalho, e sua leitura em espiral doa novo sentido ao sol, à flor, ao universo, como se fosse infância da pintura. Pintura que não é imagem, pintura que é também palavra, som e poesia.
Angélica Oliveira (artista plástica, estilista e professora da área de design da UEMG e da FUMEC)
*Baseado em Manoel de Barros – livro Poemas Rupestres, 2004.
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